Brasil
Emoções e razão do Estado: as rupturas institucionais no Brasil e no Mundo
(ou A Política dos robôs e o fim da Política)
A força é do corpo;
A razão é da mente;
O corpo quer;
A mente resiste?
O Executivo é o corpo?
O Legislativo e o Judiciário constituem a razão, para além da razão do Executivo?
Quem domina quem?
Se o policial se recusar a cumprir a ordem judicial, sofrerá efetivas consequências na conjuntura atual?
O juiz, sem o policial, consegue fazer a ordem do Estado valer de fato, quando há necessidade do emprego de força física?
Se o caminhoneiro fizer greve, parar o Brasil, e o juiz mandar o policial usar força para destravar, e o policial se recusar, como que a ordem judicial será cumprida?
E se o policial militar, ou a polícia federal, for cumprir uma ordem judicial e se deparar com uma barreira de militares puros que expressamente dizem que irão impedir o cumprimento dessa ordem?
De modo que as categorias de base, transporte de carga, segurança pública, militares e etc, possuem extremo poder de mobilização do país. E essas classes possuem cada vez mais a consciência acerca desse poder.
Em regra, o chefe do Executivo é quem é o chefe da polícia, da força. Nesse sentido, o Executivo é mais forte que o Judiciário e o Legislativo. O Governador é o chefe da polícia militar. O Presidente é o chefe dos militares.
A ruptura do tecido constitucional do checks and balances ocorre quando o Executivo se recusa a cumprir a ordem do Judiciário. A engrenagem de divisão do poder entre os Poderes deixa de funcionar. E a "razão" de Estado sai do Judiciário para repousar no Executivo.
É isso que se quer para o Brasil da segunda década, do terceiro milênio?
Se sim, por quê se quer romper com o Judiciário?
Os juízes estão pior que os políticos, na opinião da maioria do povo?
Sérgio Moro cagou na retranca?
Há ministro na Suprema Corte que traiu os princípios constitucionais? A raposa cuidando do galinheiro?
Há interesse privado, da família do político que ocupa a presidência do país, em atacar o Judiciário?
Quem julga o julgador?
E quem guarda os guardas?
Quem "educa" o julgador e o guarda?
Essas, tarefas de todos? Todos devemos educar e vigiar as autoridades, sejam do Executivo, Judiciário ou Legislativo?
É isso: a sociedade precisa vigiar e educar as autoridades, todas, sem exceção.
A sociedade precisa vigiar o Estado, esse monstrengo feito a nossa imagem e semelhança psicológica. E quando a sociedade dorme, daí é essa balburdia que se vê faz tempo, e que está a arrebentar com a Economia real da gasolina, da desvalorização da moeda, da inflação, do custo de vida mais elevado para todos, principalmente os mais pobres sofrendo mais para custear a alimentação, vestuário, transporte e moradia. PIB do país muito abaixo de seu potencial.
Mas observe: a linguagem é a força sobre o cérebro.
Convence-se a massa com palavras, tamanho seu poder.
Então a força psicológica é maior que a força física.
Comande a mente, e comandará o corpo, seja seu, seja de outrem.
Ideologias são criadas com o controle da mente.
E a mente se comanda com a linguagem, com palavras.
É a força sobre o cérebro.
Mas quem é responsável por conformar o cérebro das pessoas que possuem a força, como as pessoas do transporte de carga e da segurança pública? É o juiz? Ou é o político?
Então a razão que convence a força é a do político, que está tanto no Executivo quanto no Legislativo.
Estou falando de Vereador, Deputado, Prefeito, Governador, Senador, Presidente. São esses que convencem o povo, a massa, a se conformar com determinado padrão de organização social.
Ou será que quem mantém o povo conformado de tal ou tal forma é o main stream da midia, as empresas de mídia? Rádio, Televisão e Internet? As redes sociais?
O conhecimento que está disponível hoje para o caminhoneiro, o guarda, o juiz, o político, eu, você, é o conhecimento que está na Internet? Cada um em suas respectivas bolhas? Sendo alimentados por obscuros algorítmos que nos guiam no "aprendizado" do dia-a-dia?
Pouco ser humano e muito algoritmo? Nós, humanos, ainda temos "controle" sobre nosso destino?
De modo que a ruptura não é apenas entre os Poderes constitutivos do Estado...é muito além...é uma ruptura do ser humano consigo mesmo...o ser humano está subjugado pela máquina, o robô, a "IA", os algoritmos que ninguém sabe como funcionam, e os quais passam a operar as massas, e a conformar o Estado, as eleições, a cultura e a sociedade em geral.
Uma Política feita por robôs e algoritmos obscuros é Política?
A Política dos humanos acabou?
29/08/2021, 01/09/2021, 12/09/2021
Por:
Rafael De Conti, filósofo e advogado
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